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Mayo Schmidt, presidente da Brazil Potash, revela plano para tornar o Brasil autossuficiente em fertilizantes; veja vídeo 3v6z

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Mayo Schmidt, presidente da Brazil Potash, revela plano para tornar o Brasil autossuficiente em fertilizantes; veja vídeo

Brasil – Em entrevista realizada pelo economista Pablo Spyer no quadro De Frente com o Touro, Mayo Schmidt, presidente executivo da Brazil Potash, destacou o papel estratégico da empresa na redução da dependência brasileira de fertilizantes importados e no fortalecimento da segurança alimentar global. A companhia, que opera no Brasil a partir de uma base canadense, lançou recentemente seus Brazilian Depositary Receipts (BDRs) na B3, permitindo que investidores brasileiros participem de um projeto que promete revolucionar o setor agrícola do país.

Veja na íntegra:

 

Um mineral crítico para a agricultura

A Brazil Potash explora potássio no município de Autazes, no Amazonas, a apenas duas horas de Manaus, em uma das maiores reservas do mineral no mundo. O potássio, essencial para o crescimento e a resistência das plantas, é responsável por cerca de 50% da produtividade agrícola global, segundo Schmidt. Em um país que importa 94% do fertilizante que consome, o projeto da empresa pode transformar a dinâmica econômica do setor. “Estamos falando de um mineral crítico que sustenta a produção agrícola e protege as lavouras contra calor e inundações, além de repor nutrientes em solos exauridos por múltiplas colheitas”, explicou o executivo.

O Brasil, com potencial para até três safras anuais, depende fortemente de fertilizantes importados de países como Rússia, Belarus e Canadá. Essa dependência, segundo Schmidt, acarreta riscos significativos, como atrasos de até 110 dias no transporte, greves portuárias, conflitos geopolíticos e aumento de custos. A guerra na Ucrânia, por exemplo, elevou o preço do potássio de US$ 350 para mais de US$ 1.200 por tonelada, impactando diretamente os custos agrícolas brasileiros.

Produção local: economia e sustentabilidade

A Brazil Potash propõe uma solução local: produzir potássio em Autazes e transportá-lo em apenas dois dias por barcaças até o coração do agronegócio brasileiro, no Mato Grosso, reduzindo custos em mais de US$ 130 por tonelada em comparação com a importação. “Podemos produzir e transportar a um custo menor do que o frete internacional sozinho”, afirmou Schmidt. A operação, que utiliza energia hidrelétrica para 80% de suas necessidades, será a mais sustentável do mundo, com uma pegada de carbono mínima.

O processo de extração, descrito como ambientalmente responsável, ocorre em uma área compacta de 13 hectares, a 800 metros de profundidade, sem uso de produtos químicos. O potássio é separado do sal com água quente, e o sal é devolvido às câmaras subterrâneas, deixando praticamente nenhum impacto ambiental. “É um projeto que combina eficiência econômica com responsabilidade ambiental”, destacou o executivo.

Impacto econômico e perspectivas

Na primeira fase, a Brazil Potash pretende suprir 20% da demanda brasileira por potássio, produzindo 2,5 milhões de toneladas anuais, o que representa um aumento de 6% no PIB agrícola do país. Com uma reserva estimada para 24 anos, expansível para até 100 anos, a empresa já firmou contratos de fornecimento por 15 anos com parceiros como a Amaggi, que também fornece barcaças para transporte. Essa integração vertical garante estabilidade e eficiência na entrega do fertilizante aos produtores brasileiros.

A recente captação de US$ 30 milhões será usada para preparar o terreno, melhorar estradas e investir em infraestrutura de transporte. Além disso, a construção de 160 km de linhas de transmissão conectará o projeto a energia hidrelétrica, beneficiando 200 mil residentes locais ao substituir geradores a diesel. “Isso não é só sobre agricultura, é sobre desenvolvimento regional e sustentabilidade”, frisou Schmidt.

BDRs na B3: uma oportunidade para investidores brasileiros

O lançamento dos BDRs na B3 marca um momento histórico, sendo o primeiro IPO de uma empresa operando no Brasil desde 2021. Essa iniciativa permite que brasileiros invistam diretamente em um projeto que alia retorno financeiro à segurança alimentar. “É uma oportunidade para os brasileiros participarem do maior setor do PIB do país e apoiarem a produção de alimentos em um mundo com 900 milhões de pessoas enfrentando fome”, disse Schmidt.

Um legado para o Brasil

A Brazil Potash alinha-se ao Plano Nacional de Fertilizantes, lançado em 2022, que reconhece o potássio como mineral crítico. Com o avanço do projeto, o Brasil pode reduzir significativamente sua dependência de importações, fortalecendo a soberania econômica e a resiliência agrícola. Schmidt projeta que, até 2028, a empresa estará plenamente operacional, com potencial para expandir a produção e, em fases futuras, eliminar a necessidade de importação de fertilizantes.

“Nosso objetivo é garantir que o Brasil lidere a produção de alimentos para o mundo, com segurança de fornecimento e custos reduzidos”, concluiu Schmidt. Com um modelo de negócios sustentável e parcerias estratégicas, a Brazil Potash não apenas promete transformar o setor agrícola, mas também deixar um legado de desenvolvimento econômico e social para o Brasil.


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