Ex-vereador de Manacapuru é um dos investigados pela PF em esquema de Fraude do INSS; veja a60o
Amazonas – A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF), expôs um esquema bilionário de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que movimentou mais de R$ 6 bilhões entre 2018 e 2024. Entre os investigados está o ex-vereador de Manacapuru (AM), Jucimar Fonseca da Silva, conhecido como “Soldado Jucimar do Proerd”, que ocupava o cargo de coordenador-geral de pagamentos da autarquia previdenciária. Ele é acusado de liberar transações em massa que resultaram em descontos não autorizados nas contas de pensionistas e aposentados.
Jucimar Fonseca da Silva, 48 anos, construiu sua carreira política no Amazonas. Eleito vereador em Manacapuru em 2012 pelo Partido da República (PR), ele também concorreu, sem sucesso, a deputado estadual em 2014 e a vereador em Manaus em 2016, ficando como suplente em ambas as disputas, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre 2017 e 2018, Jucimar comandou o Fundo de Previdência Social do Município de Manacapuru (Funprevim) durante a gestão do prefeito Beto D’Angelo (MDB). Suas prestações de contas no período foram reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) e seguem sob recurso.
No INSS, Jucimar ocupava uma posição estratégica, sendo responsável pela liberação de pagamentos. Segundo a PF, ele desempenhou um papel central no esquema, que desviava recursos por meio de descontos indevidos em benefícios previdenciários. A operação revelou um sistema sofisticado, operando em 13 estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
A investigação, conduzida por 700 policiais federais e 80 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), resultou na execução de 211 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão. Além de Jucimar, outros cinco servidores do INSS foram afastados, incluindo o presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, o diretor de Benefícios, Vanderlei Santos, e o procurador-geral, Virgílio Filho. Um agente da PF também está entre os investigados.
A operação expôs como o esquema se aproveitava da vulnerabilidade de aposentados e pensionistas, aplicando descontos não autorizados que alimentavam uma rede de corrupção. Os valores desviados, que ultraam R$ 6 bilhões, representam um dos maiores golpes já registrados contra o sistema previdenciário brasileiro.
O escândalo gerou abalos no governo federal. Na última sexta-feira (2), o ministro da Previdência, Carlos Lupi, anunciou sua saída do cargo após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lupi, presidente nacional do PDT, negou envolvimento nas irregularidades e afirmou que as investigações contaram com total apoio da pasta. “Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado nas investigações. Espero que os responsáveis sejam identificados e punidos com rigor”, declarou em postagem nas redes sociais.
Grupo político
A trajetória política de Jucimar Fonseca da Silva também foi marcada por laços com o ex-prefeito Beto D’Angelo e a atual prefeita Valciléia Flores Maciel, do MDB. Além dos eventos políticos, Jucimar sempre foi visto rotineiramente com as lideranças em Manacapuru, expondo que ele faz parte do grupo polítco. Veja: