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“Cada vez que eu o perdoava, ele fazia pior”: diz mulher agredida por advogado violento; veja vídeo 2q4w38

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"Cada vez que eu perdoava, ele fazia pior": diz mulher agredida por advogado violento; veja vídeo

Manaus – Nathalia Nascimento, de 26 anos, viveu um pesadelo ao lado do advogado Matheus Batista dos Santos, seu ex-companheiro, com quem dividiu a vida por cinco anos. Em entrevista exclusiva à TV CM7 Brasil, diretamente da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher, Nathalia relatou uma rotina de violência física, psicológica e abusos financeiros que culminaram em um assalto suspeito na manhã desta sexta-feira, onde apenas seu celular foi levado.

“Eu sempre perdoava porque acreditava que ele podia mudar. Mas toda vez que eu perdoava, ele fazia pior”, desabafou Nathalia, visivelmente abalada. As agressões, segundo ela, eram frequentes e intensificadas após traições de Matheus, que também a forçava a manter relações sexuais como forma de “pedir perdão”. A violência chegou a extremos: Nathalia revelou que sofreu um aborto após agressões do ex-companheiro, que, em mensagens recuperadas, confirmou a intenção de “tirar” a gravidez.

Além das agressões, Matheus é acusado de realizar empréstimos com agiotas em nome de Nathalia, deixando-a com dívidas em lojas como Bemol e cartões de crédito. “Ele dizia que ia pagar, mas nunca pagou. Uma semana depois, ele simplesmente viajou”, contou Nathalia. As cobranças de agiotas aram a assombrar sua vida, levando-a a buscar ajuda jurídica.

Assalto suspeito

Na semana ada, Nathalia obteve uma medida protetiva contra Matheus após uma discussão acalorada. No entanto, ele não respeitou a ordem judicial. Na quinta-feira, véspera do assalto, Matheus entrou em contato com pessoas próximas à vítima, afirmando que Nathalia “acabou com a vida dele” e que poderia perder sua carteira da OAB. “Ele disse que não tinha mais nada a perder”, relatou a advogada de Nathalia, Dra. Gilmara.

Na manhã de hoje, Nathalia foi abordada por dois homens em uma moto ao chegar à casa de uma conhecida. Os assaltantes exigiram apenas seu celular, ignorando bolsa, dinheiro e outros pertences. “Tu tens muitas informações”, disseram, ameaçando-a de morte caso resistisse. Para a advogada, o incidente é “muita coincidência”. “Tudo leva a crer que foi ele. Não vou esperar minha cliente não amanhecer para agir”, afirmou Dra. Gilmara, que já solicitou prisão preventiva e busca e apreensão contra Matheus.

Um apelo às mulheres

Nathalia, que é mãe de dois filhos de um relacionamento anterior, vive com a mãe idosa e enfrenta o medo constante. “Meus filhos nunca sofreram agressões, mas ele não gostava deles. Eu sempre ia à casa dele, e as agressões aconteciam lá”, explicou. Apesar do trauma, ela encontrou forças para encorajar outras mulheres: “Medo todas nós sentimos, mas não podemos nos calar. Eles sempre saem impunes, e a vítima é culpada. Peçam ajuda, vocês não estão sozinhas.”

A advogada reforçou a importância de denunciar: “Enfrentamos dificuldades até na Delegacia da Mulher, mas é preciso buscar apoio. Nathalia está em choque, mas é uma mulher trabalhadora e forte. Ela representa muitas que sofrem em silêncio.”

O caso e a resposta da polícia

Na delegacia, Nathalia foi orientada a registrar um boletim de ocorrência por furto com uso de arma, que será investigado pelo 6º DIP. A advogada questiona a dificuldade de vincular Matheus ao assalto sem o a provas concretas, como o celular dele. “Ela vai ter que conviver com esse medo por quanto tempo?”, indignou-se Dra. Gilmara.

A TV CM7 Brasil abriu espaço para que Matheus Batista dos Santos apresente sua versão dos fatos. Até o momento, ele não se pronunciou. A emissora também divulgou imagens do acusado e reforçou o apelo para que mulheres em situações semelhantes busquem ajuda jurídica e denunciem seus agressores.

Um grito por justiça

Casos como o de Nathalia expõem a realidade de milhares de mulheres que enfrentam violência doméstica no Brasil. “Não é roupa, não é idade, não é nada. Eles sempre vão culpar a vítima”, disse Nathalia, citando a música “São Rosas”, de um grupo ativista feminista, que denuncia a violência contra a mulher. Sua história é um alerta: o silêncio não é a solução. Denunciar, por mais difícil que seja, é o primeiro o para romper o ciclo de violência.



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