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Governo do AM suspende plano de Saúde e deixa mais de 33 mil profissionais da educação sem assistência médica; veja vídeo 6x1547

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Governo do AM suspende plano de Saúde e deixa mais de 33 mil profissionais da educação sem assistência médica; veja vídeo

Manaus — Mais de 33 mil profissionais da educação do Estado do Amazonas foram surpreendidos nesta segunda-feira (26) com a suspensão abrupta do plano de saúde oferecido pela Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), istrado há quase uma década pela Hapvida. A decisão, tomada sem qualquer aviso prévio ou diálogo com os representantes da categoria, colocou em risco a saúde e a vida não apenas dos servidores, mas também de seus dependentes — um universo que pode ultraar 100 mil pessoas.

Segundo denúncias do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Amazonas (SINTEAM), o rompimento do contrato foi causado pela inadimplência do próprio Governo do Estado, que deixou de rear os pagamentos à operadora de saúde há pelo menos dez meses. O resultado é um colapso anunciado: professores, pedagogos, merendeiros e técnicos istrativos, muitos deles vindos do interior para realizar consultas, exames e tratamentos de alta complexidade, foram impedidos de ar serviços essenciais.

A diretora do SINTEAM, Vanessa Antunes, afirmou que o sindicato sequer foi informado previamente da suspensão. “Ficamos sabendo pelos próprios trabalhadores, que chegaram para ser atendidos e receberam um ‘não’. Quando procuramos a SEDUC, disseram que estavam correndo atrás de tratativas, pedindo um prazo até hoje. Mas a verdade é que esse descaso vem desde o ano ado”, declarou.

Inadimplência escandalosa

A categoria denuncia que o governo estadual, comandado por Wilson Lima (União Brasil), não efetua o pagamento regular do plano de saúde há quase um ano, mesmo sabendo que o benefício atende a uma das maiores secretarias do estado, com profissionais espalhados por todos os municípios amazonenses. “Já havíamos alertado sobre o risco, mas o governo ignorou. Agora, o resultado está aí: professores doentes, grávidas sem pré-natal, pacientes oncológicos sem tratamento e consultas canceladas”, afirmou Antunes.

Enquanto o governo descumpre sua parte, os trabalhadores seguem pagando religiosamente as mensalidades dos seus dependentes. “Nós arcamos com o plano para nossos filhos, pais e familiares. E agora? Até quando o plano vai segurar esses dependentes, mesmo sabendo que estamos pagando?”, questiona a dirigente sindical.

Sistema público à beira do colapso

A Hapvida demonstrou que foi obrigada a suspender os atendimento devido aos calotes que somam mais R$ 57 milhões de reias em inadimplências que envolvem a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC).

Com a suspensão dos atendimentos ambulatoriais pela Hapvida — s agora apenas a casos de urgência e emergência —, especialistas alertam para uma sobrecarga iminente no já fragilizado sistema público de saúde. “Hospitais como João Lúcio, 28 de Agosto, Platão Araújo e as UBSs de Manaus já enfrentam superlotação. Imagine agora com mais de 30 mil trabalhadores e seus dependentes buscando atendimento no SUS”, alerta Vanessa.

A medida irresponsável não afeta apenas a saúde dos trabalhadores, mas também o funcionamento das escolas. “Muitos professores que vieram do interior perderam a viagem, não conseguiram atendimento e ainda receberam falta na escola. Quem perde é o estudante, que fica sem aula, e o servidor, que fica sem saúde”, lamentou.

Mobilização e resistência

Diante do descaso, o SINTEAM convocou para esta quarta-feira (28), às 9h, um ato em frente à sede do Governo do Estado, no bairro Compensa, zona oeste de Manaus. A expectativa é reunir representantes de todas as mais de 300 escolas da capital, além de delegações vindas do interior. A mobilização pode evoluir para uma paralisação geral da categoria, caso o governo não regularize imediatamente o pagamento do plano.

“A categoria não vai se calar. Se não nos unirmos, vamos adoecer, ou pior. Saúde é um direito, não é favor. Lutamos muito para conquistar esse plano desde 2016. Não vamos aceitar retrocessos”, enfatizou Vanessa.

A sindicalista também alertou para a perseguição que a categoria vem sofrendo na atual gestão. “Todas as nossas lutas foram massacradas, com faltas e punições, mesmo quando seguimos todos os trâmites legais. Mas a pergunta é: o que é uma falta diante da nossa saúde e da nossa vida?”, questionou.

Governo silencia

Até o fechamento desta reportagem, o Governo do Estado do Amazonas e a Secretaria de Educação não haviam se pronunciado oficialmente sobre a situação, tampouco apresentado um cronograma para a regularização dos pagamentos ou a retomada do atendimento pleno.

Enquanto isso, milhares de trabalhadores da educação seguem à deriva, sem assistência médica, sem explicações e com suas vidas colocadas em risco pela negligência estatal.


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